O PONTO CRUCIAL
É
bela e difícil. Às vezes, ingrata. Mas como vale a pena! O matolão dos momentos
sublimes é infinitamente maior que o bisaco das amarguras. E só é maior porque
essa é a expectativa de enchimento. Estou a escrever (se preferir, leia
escrevendo) sobre o rosário de segundos, minutos, horas, dias, meses, anos.
Refiro-me ao percurso nascente/poente. Reporto-me ao axioma começo/fim. Ou
simplesmente vida.
Não
há contradição entre beleza e dificuldade, como dá a entender o primeiro olhar.
São estágios, ciclos inerentes ao ciclo maior. No mais das vezes, a dificuldade
torna mais bela as belezas da vida, assim como o risco deixa mais saborosa a
vitória. Também no mais das vezes, amargura ou doçura dependerá da decisão
tomada a partir da análise de singularíssimo ponto. Ponto comum nesses caminhos
e obrigatório em todas as paradas da vida.
É esse
ponto que me desestimula de matar a morte. Responda-me com frieza e franqueza.
Vale a pena matar a morte? Pois! Este é o ponto. Ou melhor, o ponto é aquele.
É
esse ponto que o enche de dúvidas na hora de tocar aquele projeto amoroso,
secreto, às vezes simples fantasia, e somente admissível na esperança do prazer
supremo. Vale a pena matar o bom senso?
É esse
ponto que nos faz optar por este ou aquele, por isto ou aquilo, por mais ou
menos.
Esse
é o ponto que o fará decidir por tanto, por quanto. Portanto, porquanto lhe é
tão íntimo, urge dar-lhe a merecida importância. Vale a pena matar a avaliação?
Não vale. Vá por mim.
Que
conviva com menos reticencias em 2015, respeite as vírgulas que certamente
aparecerão, faça de tudo para atrair as boas interjeições, tenha a firmeza de
pôr o ponto final no que lhe convier.
Agora,
dê especial atenção ao norte da vida, à bendita interrogação. Pergunte-se,
indague-se, interrogue-se. Depois use o freio. Ou o acelerador.
Esse
é o ponto. O ponto de interrogação é o cara.
O ponto
crucial.
Quê?
Dez/14
TC
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